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Fernando Henrique Cardoso no Roda Viva (30/11/2012)
Ele chegou de mansinho e sem pose de ex-presidente e cumprimentou todos
os presentes nos bastidores do programa Roda Viva, do fotógrafo aos
twitteiros, até chegar aos entrevistadores da noite: “Olá! Boa noite!
Como vai?”. Após alguns minutos de conversa, seguiu com o apresentador
Mario Sergio Conti para o estúdio D.
No dia 5 de dezembro, o sociólogo e ex-presidente da República,
Fernando Henrique Cardoso, foi sabatinado no Roda Viva por Ancelmo Góis
(colunista do jornal O Globo), Ricardo Gandour (diretor de Conteúdo do
Grupo O Estado de S. Paulo), Maria Rita Khel (psicanalista e escritora),
Lilia Schwarcz (historiadora e antropóloga, professora titular de
Antropologia da USP) e Sérgio Dávila (editor-executivo do jornal Folha
de S. Paulo).
Há 8 anos fora do poder, acaba de lançar o livro “A Soma e o Resto: um
olhar sobre a vida aos 80 anos”, no qual faz revelações sobre a vida
particular e sobre a política.
Ele pegou o Brasil caótico. Enfrentou uma das maiores inflações do
mundo. Privatizou estatais e também atuou como professor da Universidade
de São Paulo. Em seu segundo mandato, o real foi desvalorizado. “Eu
peguei momentos muito difíceis, como a inflação”. A reforma agrária e o
SUS foram citados como algo bom, feitos em seu governo para as classes
mais baixas.
O ex-presidente também comentou a divisão política do país. “Esses
negócios de direita e esquerda no Brasil geralmente são muito atrasados.
Aqui no Brasil tem muito atraso”. Segundo ele, para o PSDB chegar ao
poder novamente tem que primeiro aprender a ouvir. FHC afirma que faltam
lideranças, unidade e um discurso junto ao povo. “Eu não sei no futuro o
que vai acontecer com o sistema partidário do Brasil. Tem mais legenda
do que partido. Partido é outra coisa, tem que ter uma filosofia. Nós
temos uma proliferação de legendas e não de partidos. Do jeito que está
aumenta a descrença nos partidos”.
Sobre a maconha: “O Brasil é o segundo consumidor do mundo. Tem que
haver uma mudança de paradigma. A nossa proposta foi para a ONU. A nossa
organização nunca propôs a legalização, mas a descriminalização. Porque
não fazer com a maconha como se faz com o cigarro?”. Comparou o status
que se tinha quem fumava [cigarro] anos atrás e a vergonha que muitos
sentem hoje por serem presos ao vício. “Mas não sou nenhum especialista
sobre isso”, brinca o ex-presidente.